Exercícios Militares Conjuntos Armênia-EUA Desencadeiam Oposição Russa
Em um cenário geopolítico já tenso, a Armênia e os Estados Unidos deram início a exercícios militares conjuntos, uma decisão que não foi bem recebida por Moscou. Estes exercícios ocorrem em um momento em que as tensões estão crescendo entre Armênia e o vizinho Azerbaijão, principalmente devido à controvérsia em torno da região de Nagorno-Karabakh.
A decisão de realizar esses exercícios militares conjuntos é emblemática da complexa teia de alianças e tensões que permeiam o Cáucaso e as regiões adjacentes. A Rússia, que historicamente tem exercido influência sobre a Armênia e é vista como um contrapeso ao Azerbaijão, expressou claramente sua insatisfação com a decisão.
O envolvimento dos EUA na região, especialmente em uma capacidade militar, é visto por muitos como uma tentativa de Washington de expandir sua influência na região. No entanto, para a Armênia, que tem buscado fortalecer suas capacidades de defesa em meio a crescentes tensões com o Azerbaijão, a cooperação com os EUA pode ser vista como uma necessidade estratégica.
A região de Nagorno-Karabakh tem sido um ponto de discórdia entre a Armênia e o Azerbaijão por décadas. Embora esteja localizada dentro das fronteiras do Azerbaijão, é habitada principalmente por armênios étnicos e declarou independência em 1991, levando a uma guerra entre os dois países. Desde então, tem sido uma fonte constante de tensão, com confrontos esporádicos e uma guerra em 2020.
Os exercícios militares conjuntos entre a Armênia e os EUA, portanto, não são apenas uma demonstração de força militar, mas também uma declaração política. Eles enviam uma mensagem clara de que, apesar da oposição de potências regionais como a Rússia, a Armênia está disposta a buscar parcerias estratégicas para garantir sua segurança .
No entanto, a decisão também traz riscos. A Rússia, que tem uma base militar na Armênia e é um dos principais fornecedores de armas do país, pode ver isso como uma provocação. Além disso, o Azerbaijão, que tem buscado reforçar seus próprios laços militares e políticos com a Turquia, pode interpretar os exercícios como uma escalada.